O seu advogado já deve ter explicado o que significa a insolvência, como se processa e outras informações de carácter técnico. Embora já não possa gerir ou decidir sobre o património, é vital estar atento a tudo o que diz respeito à sua empresa e respectivo processo de insolvência.
Posso dar um exemplo real de um fornecedor (não estou a afirmar que foi intencional) que reclamou um valor sem considerar os últimos pagamentos e a devolução de material, duplicando assim o valor da dívida. Passou de três dígitos para quatro… Pensa que o advogado ou contabilista detetaram isto? Não, foi o empresário…
Conhece alguém que gostaria de comprar a sua empresa? O recheio? O registo da sua marca ou logótipo? Qualquer coisa? Então fale com o seu advogado sobre a melhor forma de pôr potenciais interessados em contacto com o Administrador de Insolvência, e o mais depressa possível. Quanto mais obtiver pelo património da empresa, menos dívidas ficam por pagar. A situação mais comum é que tudo será colocado em leilão, podendo os valores de venda serem surpreendentemente baixos…
Existem outros aspectos que não deve descurar. Vá mantendo o contacto com o seu contabilista, fornecedores com quem tem relação de amizade, colegas de profissão, pois o mais importante é que não se isole. Comece a fazer um curriculum vitae, pode facilmente pesquisar exemplos na internet. Crie uma agenda para apontar as diferentes fases da insolvência, reuniões e conteúdo das mesmas, questões da empresa que poderão ter de ser clarificadas com o Administrador de Insolvência, ideias sobre o futuro, etc. São algumas sugestões, tenho a certeza que pensar uns minutos, arranja mais.
Volto a repetir, não se isole e seja ativo no processo de insolvência.